O que é a Paz

Paz é um conceito ainda difícil de ser definido, e seu significado pode assumir várias matizes.

Ao longo dos tempos, a paz vem sendo tratada no planeta Terra com enfoques muitas vezes coercitivos ou religiosos, não permitindo maior aprofundamento na complexidade de sua natureza.

É imprescindível a renovação e atualização do conceito de paz.

Geralmente nos lembramos da paz na sua ausência. Por isso, ela tende a ser definida negativamente, como ausência de guerra, ou não-violência.

Existem, contudo, outras formas mais assertivas de se compreender a paz, que passa a englobar componentes de bem-estar, serenidade, auto-realização, justiça, desenvolvimento, sustentabilidade, cooperação, inclusão, integração, dentre outros.

 

Sinônimos de Paz

Ausência de conflitos, calma, serenidade, equilíbrio, tranquilidade; conciliação, entendimento, harmonia, união, cessação de hostilidades; calmaria, quietude, remanso, repouso, silêncio, sossego.

A paz pode ser negativa?

A partir dos estudos de Johan Galtung, pesquisador norueguês, estabeleceu-se o conceito de paz positiva, de caráter mais ativo e adequado ao novo entendimento em curso. Mas a paz também pode ser negativa.

Paz Negativa

A chamada paz negativa coincide com a noção mais difundida de paz, ou seja, a ausência de conflitos ou, simplesmente, a ausência de guerra. Ela se refere à ausência de violência pessoal ou direta, física ou verbal, visível e manifesta objetivamente. É uma condição em que nenhum tipo de violência militar ativa e organizada está atuando.

Paz Positiva

A denominada paz positiva representa muito mais que a mera ausência de guerra.  Ela não se refere somente a ausência de conflitos, mas  à criação de formas de cooperação social, nacionais e internacionais, justas e equitativas. Ela pressupõe uma condição social em que a  exploração seja minimizada, ou eliminada, e na qual não haja nem a violência exposta, nem a mais sutil violência estrutural ou cultural.

A paz positiva, ao invés de focar somente na questão da ausência de violência (denominada paz negativa), engloba:

  1. A construção da paz, através da instituição e manutenção de estruturas sociais justas e intercooperativas, com o estímulo do trabalho em conjunto por objetivos comuns.
  2. O abandono definitivo da ideia de guerras, hostilidade e rivalidade, através da cooperação entre grupos e nações com vistas à integração da sociedade.
  3. A substituição da imposição pelo diálogo, da repressão pela liberdade, da exploração pela equidade, da divisão pela integração, da marginalização pela solidariedade em todas as vertentes de atuação consciencial.
  4. A criação de condições ideais de paz que ainda não existem.

 

A Abordagem da Conscienciologia sobre a Paz

Referenciais de Paz

A resolução dos problemas relacionados à violência envolve não somente o conhecimento de suas causas, e consequente remoção. Envolve também a compreensão das causas do comportamento pacífico, e a identificação de como isso pode ser incentivado na sociedade.

Alguns símbolos de paz têm origem em imaturidades humanas, em religiosidade ou belicismo.

É preciso haver mais referenciais sadios de paz.

 

Você Confunde Violência com Paz?

A Paz Armada

Existem consciências que consideram a paz como o resultado do equilibro de poder. Tal ponto de vista costuma ter por consequência a corrida armamentista, em que cada região, ou país, procura armar-se com o intuito de proteger-se de outro. Isso gera um ciclo vicioso, com desconfiança mútua entre os envolvidos e sentimento de ameaça constante, o que leva cada um a incrementar gradualmente seu poderio militar.

Será a paz armada realmente paz?

A simples assinatura de tratados e acordos é insuficiente para assegurar que a paz seja efetivamente estabelecida. Se não ocorrer significativa modificação cultural e estrutural nos grupos envolvidos, os fatores que desencadearam os conflitos permanecerão, e a paz se converterá apenas no intervalo entre guerras.

O êxito da instauração e manutenção da paz depende, fundamentalmente, da intercompreensão e da cooperatividade entre os lados em conflito. É preciso trocar o binômio vigilância-repressão por apoio-cooperação, para conseguirmos caminhar na direção de uma sociedade efetivamente mais pacífica.

 

A Violência Existente em Nós

A violência é ação que causa, intencionalmente ou não, dano físico, psicológico ou moral a outra consciência ou ambiente, através do uso excessivo de força.

A violência apresenta várias facetas. Eis 5 tipos de violência ainda muito presentes em nosso planeta: Violência física; violência moral.; violência patrimonial; violência psicológica.; violência sexual.  Quais desses tipos você ainda pratica ou sofre? Já não passou da hora de mudar essa cultura?

Apesar de muito se falar em paz no mundo, os conceitos, símbolos e arquétipos relacionados à guerra, à violência, ao preconceito e à discriminação do diferente ainda são os mais propagados na sociedade.

O reforço à violência e à intolerância, através do estímulo de valores e comportamentos bélicos, até o momento, é superior às iniciativas de paz.

A paz a que estamos mais habituados neste planeta é a imposta de alguma maneira. Ela costuma ser frágil, tensa, calcada no medo ou na submissão, encobrindo conflitos já existentes, aguardando o estímulo adequado para o irrompimento da luta aberta.

A cultura da guerra dissemina a prática da dominação e da submissão, da identificação de um inimigo e da consequente necessidade da destruição de seu modo de vida, potencialmente nefasto e perigoso. Ela se baseia no medo e na agressão, o que leva os indivíduos a constantemente se armarem, mesmo que apenas pensenicamente.

Quando a violência é naturalizada em um grupo, ela tende a ser aceita e usada com mais frequência, sem causar maiores constrangimentos.

 

Expressões Bélicas

Muitos termos bélicos são usados em expressões populares, de maneira até inconsciente, a exemplo desses:

A vida é nosso campo de batalha.

Dei um tapa de luvas.

Dou um boi para não entrar em uma briga, mas uma boiada para não sair.

Estou na batalha!

Vamos bombar o curso!

Vamos desovar o produto.

Vamos defender nosso projeto com unhas e dentes.

Vou à luta!

 

Símbolos Bélicos

A cultura da maioria das nações reforça o apelo ao belicismo e à discriminação ao diferente.

Sacerdotes continuam a benzer armas para que o Deus de seu país saia vitorioso na guerra.

Grande parte dos monumentos históricos erigidos nos mais diversos países são uma exaltação clara à violência e à intolerância.

Muitos símbolos nacionais reforçam a beligerância. No brasão de armas do Chile está escrito o lema da nação: Pela razão ou pela força.

Muitos hinos nacionais, cantados de maneira eufórica pelos cidadãos nas mais variadas ocasiões, contêm apologias  à guerra e ao sectarismo.

Que tal começarmos a promover a pacificação dos símbolos nacionais?

 

Pseudo-paz

Há momentos em que a desrepressão, o descarrego da mágoa, do ressentimento, da inveja, ou o exercício da violência, podem fornecer a aparente sensação de realização e paz íntima.

A falsa sensação de paz, advinda de alguma violência, pode, momentaneamente, aliviar uma consciência, mas a ilusão costuma ter curta duração.

Por isso, a simples sensação de estar bem consigo mesmo, isoladamente, não garante que se tenha tomado a atitude mais madura, ou que se esteja no caminho correto da evolução.

A violência, quando exercida coletivamente, pode contaminar e intoxicar o grupo, gerando euforia e comprazimento ao presenciar o infortúnio do declarado inimigo. A satisfação malévola pode levar as consciências a sorrir o sorriso pela desgraça alheia. Podem parecer estar felizes naqueles instantes, mas estão profundamente doentes.

Você ainda se nutre da violência?

Ver alguém sofrer ou pagar por seus erros lhe faz bem, lhe deixa mais tranquilo?

 Sua felicidade e sensação de paz são compostas também pela infelicidade, degradação e infortúnio de outras consciências? Isso lhe traz realmente paz?

A vingança lhe acalma, lhe faz sentir bem, uma pessoa melhor?

Você confunde a satisfação da sede de vingança com a realização da justiça?

 

Pensenidade Violenta

Este planeta ainda é vasto território bélico. Existe mais guerra que paz. Torna-se necessário o desarmamento unilateral, intrafísico, interdimensional e pensênico, que pode ser passo inicial importante para a pacificação.

Consequências do Comportamento Violento

Nossa sociedade, cuja natureza, em grande parte, ainda é belicista, pode revelar muito sobre cada um de seus componentes. Afinal, somos nós que a estruturamos e configuramos. Por isso, vale a pena identificar e examinar os valores e comportamentos violentos que ainda possuímos e manifestamos.

A violência ainda é muito usada para tentar se obter paz, mas não há estado real de paz que se estruture e mantenha a partir de atos violentos.

A interprisão grupocármica é consequência natural do exercício da violência. Muitas consciências e grupos ainda se prendem em nós evolutivos derivados da violência.

Inúmeras vidas intrafísicas costumam ser necessárias para eliminar os ciclos vítima-algoz.

O Conflito

A cultura de paz não implica em homogeneização social, nem em implantação do pensamento único. A diversidade consciencial é essencial para a evolução coletiva, e torna-se grande aprendizado trabalhar com ela de forma pacífica.

Os novos modelos de paz enfatizam mais a cooperação e o desenvolvimento que o conflito.

Os conflitos, em seus variados aspectos, não cessarão imediatamente. Lidar com conflitos implica aprender a trabalhar com grupos, e começar a romper com estereótipos enraizados, que atravancam a solução de problemas.

O aparente fim de um conflito não garante que a paz foi efetivamente estabelecida. É comum sobrar muita desconfiança e ressentimento residuais, que podem ser a gênese de novo conflito no futuro.

Da mesma forma, a aparente ausência de conflitos não significa necessariamente, que se atingiu a pacificação íntima.

O conflito está presente no cotidiano da maioria das pessoas, grupos e sociedades, adquirindo várias formas, intensidades e efeitos.

A mediação de conflitos vem ganhando força nos dias atuais. O mediador, em sua atuação, tem condições de contribuir para a solução de problemas através da instalação de um processo dinâmico e participativo, com a promoção do pensamento crítico e do diálogo, aproximando os divergentes e permitindo o entendimento e a conciliação. Ele pode ser um eficiente agente da paz.

 

A Solução Pacífica de Conflitos

Um problema não resolvido tende a gerar divergência, que costuma provocar antagonismo, levando ao conflito e ao uso da violência na tentativa de sua solução.

Aprender a lidar com os conflitos, e procurar soluções pacíficas para eles, é sinal de maturidade. Todavia, a violência tem sido o meio mais usual empregado, ao longo dos tempos, para se lidar com eles.

A violência faz perder a razão, mesmo quando se tem razão. Diferenças podem ser resolvidas sem luta. Conflitos podem ser solucionados de forma pacífica. É possível ser firme quanto aos bons propósitos sem precisar atacar.

A cultura de paz difunde a diversidade pacífica. O desafio atual, para a maior parte das consciências deste planeta, é encontrar formas de resolver diferenças sem recorrer à violência.

A obtenção da paz genuína significa o progresso em direção a um mundo mais livre e justo, com oportunidades para a auto-realização e meios para se transcender aquilo que limita o potencial das consciências.

Ela envolve o estabelecimento de potência cooperativa, com ações individuais e coletivas voltadas para o bem-comum baseadas na lucidez e no consentimento mútuo, em contraste com o uso coercitivo do poder, que induz ações através de ameaças ou uso de violência. O esforço assistencial ininterrupto é motor fundamental da paz.

 

Comunicação Não Violenta

É preciso realizar nossa reconstrução cognitiva, adotando no dia a dia o vocabulário da paz.

 

A Paz no Contexto da Projeciologia

Por seu caráter dinâmico, a paz precisa ser estudada de forma também dinâmica e atualizada, e a Ciência é um meio adequado para isso.

A Ciência abordada dentro do paradigma consciencial proporciona o estudo da personalidade de modo integral, considerando as bioenergias, as vidas anteriores, a múltiplas dimensões e seus veículos de manifestação, além do corpo físico. Tudo isso possibilita um grande avanço nas pesquisas sobre a paz, muito além daqueles promovidos pela Polemologia, Irenologia e Peace Studies, dentre outros, também importantes, mas ainda limitados por perspectivas somente intrafisicalistas.

Abordar a paz de modo científico, mas transparadigmático, a exemplo da Conscienciologia, contribui para as autoexperimentações mais lúcidas e renovadoras.

A consciência passa, assim, a contar com amplo labcon sobre a paz, tendo por base suas próprias vivências, sistematizadas e testadas, levando-a à contínua atualização e expansão.

Ao evitar propor e propagar dogmas ou doutrinas, e direcionar a paz, a Ciência da Paz instiga a investigação e a autoexperimentação lúcida da pacificação íntima, colocando o autopesquisador interessado em contato direto com o holopensene catalisador dos serenões, incentivadores-mor da paz.

 

Pacificação Grupocármica

A pacificação interior leva à exterior. A consciência precisa reciclar-se profundamente para poder percorrer realmente o caminho da paz. Esta decisão envolve não somente o trabalho que ela realiza em si, mas também todo o amadurecimento de sua convivialidade.

A paz é também social. A pacificação íntima tem a ver, ao mesmo tempo, com a pacificação dos outros. Ela surge quando nossa convivialidade expande e amadurece. Pacificar-se, a partir desta perspectiva, é agir no sentido da melhoria universal. O Homo pacificus é um agente atuante catalisador da homeostase grupal.

A obtenção da paz vem, com isso, de um esforço assistencial contínuo. A pacificação íntima é o reflexo de um profundo movimento interassistencial.

Projeção Pacificadora

A projeção lúcida pode tornar-se instrumento fundamental da paz.

Reurbanização Extrafísica

A reurbanização extrafísica (reurbex) é profundo processo de pacificação universal e multidimensional, com atuação decisiva dos serenões. Ela é um grande processo evolutivo de inclusão e integração social e multidimensional, desenvolvida pelos serenões.

O serenão é consciência autodesenvolvida, que já ultrapassou os limites das autocorrupções. Ele investiu todo seu egocentrismo na interassistência e na interdependência evolutiva. Portanto, o serenão tem capacidade de assistir às limitações egocêntricas individuais.

Os serenões apostam nesse potencial evolutivo que todos temos, propiciando oportunidades, sem impor o que cada um deve fazer, respeitando, serenamente, as opções individuais.

 

Benefícios da Pacificação íntima

Eis listados abaixo alguns benefícios das iniciativas de pacificação íntima ou coletiva, dentro das premissas do paradigma consciencial:

Reeducação planejada e contínua, promovendo recins, contribuindo na reeducação para a paz.

Aquisição de maior abertismo, facilitando a chegada de consciências reubanizadoras.

Atualização pessoal e grupal, através da implantação do paradigma da paz no planeta.

Construção da paz, a partir do conjunto dos autoexperimentos e investigações de muitas consciências, rica pela diversidade, destituída de conceitos engessados, anacrônicos, tais quais receitas prontas salvacionistas.

Interação maior com equipes especializadas no estudo da paz, através de autoexperimentos que objetivem a compreensão e a manifestação da pacificação íntima.

Profilaxia das lavagens cerebrais e manipulações quanto à paz.

Transparência nas relações interconscienciais, resultado dos experimentos individuais e grupais sobre a paz.

Aprofundamento da autopesquisa, através da identificação de traços pessoais belicistas e pacificadores.

Promoção de autossoluções, autossuperações e reciclagens relativas à pacificação íntima, grupal e planetária.

Fortalecimento da cultura de paz no planeta Terra.

Atuação de forma lúcida nos trabalhos de reurbanização extrafísica promovidos pelos serenões.

 

A Paz é Responsabilidade de cada um de Nós

O pacifismo é muitas vezes, equivocadamente, entendido como passividade. Apatia, ou letargia, não são sinônimos de paz. A paz envolve processo ativo, que demanda reciclagens íntimas contínuas, despojamento e amadurecimento da convivialidade para ser efetivamente conseguida e mantida.

É primordial o esforço da própria consciência para se autoconscientizar e se autocurar, encontrando caminhos saudáveis de pacificação. A paz é construída, e a todo instante.

A responsabilidade primordial para a paz é íntima, com consequências individuais e sociais. O mundo estará em paz quando todos estiverem em paz.

Torna-se necessário o reposicionamento cosmoético em favor da paz. O Homo pacificus não age contra algo ou alguém, mas no sentido de que possa acontecer o melhor para todos. Ele não impõe a paz, mas ajuda a criar e manter condições para que ela seja saudável e sustentável.

Paz Compromisso Prioritário

A implantação eficaz da cultura de paz demanda renovação de princípios, valores, costumes e ações. Para que isso ocorra, novas atitudes e pensenidade são requeridas. Fazem parte dessa renovação:

O respeito à vida, em qualquer forma.

O fim do uso da violência, individual e estrutural.

O uso da educação, do diálogo e da cooperação na construção da paz.

O empenho na resolução pacífica de conflitos, trocando a imposição pela cooperação.

O respeito à liberdade de pensamento e expressão, de qualquer consciência.

O incentivo do uso da projeção consciente lúcida como instrumento de pacificação.

A convivência ativa e pacífica com indivíduos e grupos de etnias, culturas e ideologias diferentes dos nossos.

 

O fim da imposição da paz exigirá de cada consciência a autorreciclagem no sentido da convivência cada vez mais habitual com a diversidade, sem sentir-se ameaçada por ela, habituando-se à intercooperação saudável na construção de uma sociedade em que todos possam evoluir em conjunto para o que têm de melhor.

O exercício continuado da confiança sadia, solidariedade lúcida e intercooperação evolutiva cria condições propícias para a implantação da cultura de paz no planeta. Cabe a cada um de nós fazer sua parte, promovendo as reciclagens e atitudes necessárias para contribuir com a pacificação de nossa sociedade.

Artigo por: Maurício Salles

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