Segundo o dicionário Houaiss da língua portuguesa, autenticidade é a qualidade de quem é espontâneo, do indivíduo que se assume tal como é, que não se apresenta aos outros de modo idealizado. Posicionamento é o ato de assumir uma opinião, tomar partido quanto a determinado fato ou posição. A partir do entendimento da ciência Conscienciologia de que somos um princípio inteligente, que tem uma bagagem anterior ao nosso nascimento e que estamos em constante processo de evolução pessoal, ser autêntico na maioria das vezes significa pagar o preço de ter
posicionamentos diferentes das pessoas com as quais interagimos.
A postura autêntica pressupõe atitudes que se opõem à hipocrisia ou dissimulação, as quais aparecem em faces diversas na sociedade. Entre elas, a das falácias ou os argumentos falsos com aparência de verdadeiros, muito utilizados pela mídia ou nos meios políticos. A hipocrisia também pode ser identificada nos bifrontismos, caracterizados pela adoção de comportamentos diversos dependendo do ambiente ou da conveniência.
A coerência, por sua vez, pode ser manifesta de várias formas, as quais demandam uma postura segura do indivíduo, mas que nada tem a ver com reatividade ou atitudes agressivas. Entre as manifestações de autenticidade podemos citar o que a Conscienciologia tipifica como exemplarismo: ser exemplar significa ter autoridade moral a partir das atitudes, demostrando com o autexemplo que é possível ter um comportamento mais ético, independente de verbalizar ou não a opinião pessoal. O exemplarismo se traduz, principalmente, no modelo de conduta que podemos
utilizar nas realidades que estão além do mundo físico com o qual mais comumente nos identificamos. Outro modo de ser autêntico, a partir da priorização dos valores nas condutas pessoais, está na intencionalidade ou na pureza de intenção que deve prevalecer acima de qualquer objetivo pessoal. Ou seja, a falta de intenção clara ou ética ao manifestar um posicionamento pode comprometer a autenticidade pessoal.
A veracidade é outra manifestação da autenticidade e tem relação com o esclarecimento, com a verdade que podemos compartilhar, aproveitando as oportunidades para despertar no outro a vontade de investir nas mudanças necessárias para a evolução pessoal. Sob essa análise, podemos ainda traçar relação da autenticidade com o empreendedorismo, uma vez que o empreendedor assume abertamente riscos em busca de resultado.
Entre as consequências da falta de autenticidade, a superficialidade é a mais evidente. Sem genuinidade, a manifestação do indivíduo tende a ser superficial, sem aprofundamentos. Mas as repercussões da falta de espontaneidade podem ser mais profundas. Entre elas estão o que chamamos de murismo ou a indefinição crônica do indivíduo que opta por não se comprometer para não desagradar ninguém; a robotização ou a atuação de acordo com os conceitos criados pela sociedade também é resultante da falta de maturidade; o desequilíbrio emocional, que se traduz em doenças do corpo; as reações instintivas e as intoxicações energéticas.
Na busca da autenticidade, a projeção consciente ou experiência fora do corpo se mostra uma valiosa ferramenta. Isso porque quando deixamos o corpo físico e nos manifestamos em outras dimensões, utilizando um veículo mais sutil, nossos desejos e carências se tornam evidentes e direcionam o nosso comportamento. Nada permanece oculto – nem pensamentos, nem emoções ou energias conscienciais –, o que muitas vezes descortina para a pessoa traços que ela ignora. Por isso, a projeção consciente é indispensável para o autoconhecimento e para a manifestação autêntica do indivíduo.
Rosane Amadori é jornalista e professora do Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia (IIPC), instituição de educação e pesquisa científica, laica, sem fins lucrativos.
Conheça a programação local no site www.iipc.org.br.